terça-feira, 30 de junho de 2009




A idéia é de que “o viajante” não pode ver tudo com seus olhos, sendo obrigado a basear-se nas informações de outrem, que, por conseguinte está sujeito a enganar-se. O informante e o espectador a partir desta vivência constarão que tem percepções diferentes sobre um mesmo acontecimento.
Vivenciar como que as palavras não conseguem fixar e transmitir com exatidão a sensação vivida e finalmente constatar que a percepção esta intimamente associada a uma vivência.
O Sentimento percebido e apreendido numa determinada situação vivencial é pessoal, intransferível e temporal com um período de vida definido.




O jogo: um sentir é do sentente o outro é do sentidor






A partir de cada dois elementos do grupo, se formará uma dupla que ao meio de cada exercício deverão reverter os papéis.




A primeira pessoa (o informante) terá seus olhos vendados e os pés descalços e será conduzida pela segunda, que a fará experiênciar através do tato, olfato, audição uma “viagem” pela natureza, as coisas, pessoas, flores, animais, pedras.
A percepção corporal, sensações táteis, olfativas, serão experiênciadas durante esta vivência por cada componente que a partir de sua memória, sensibilidade, subjetividade e expressão se traduzirão em palavras que serão anotadas para serem retrabalhadas em oficina.



Hulda Cardoso Rodrigues:





O macio da grama nos pés.
Pegar na terra a sensação da terra úmida começando a esquentar, pegar no ramo seco.
Pisar na planta rasteira
Estar na sombra e no sol
Pegar na cebolinha: “cheiro de cebolinha é claro”
Pegar na flor, sentir o cheiro da rosa e a má sensação de quando pegar nela e se despetalar. A experiência de saber que a rosa não tinha espinhos.
A sensação de pegar em uma palmeira e sentir tudo bem lisa: muralhas;
Pegar na planta , nomeá-la.
Pisar em folhas que estão começando a secar.

Amanda:


“A sensação de medo. Parece que tem uma parede na nossa frente. As sensações são maiores como as do frio, devem ser porque elas acontecem de repente, sem a gente prever. A gente não consegue se movimentar direito fica aquele receio de cair de tombar”.
Lisinha, delicada, muitas pétalas, cheiroso, fria, parece uma rosa pelo cheiro.
Nome: delicada.
Árvore fininha, cascas não muito grossas.
Nome: poste
Cheia de pontinhas, áspero, parece casco de jacaré, fino, tem uns matinhos.
Nome: crocodilo.


Felipe Oliveira Alves:




“Pedra lixosa, cheira a cimento, sensação ruim quando você não consegue achar o chão, sensação de aperto. Sensação desagradável se sentir dependente de alguém”.

Yara Barbosa de oliveira:


“Ele pegou na pedra e disse que era áspera e fria, pegou na caixinha de correio e disse que a sensação é de brincadeira”.


Luana barbosa :



“Aí eu vejo que deve ser muito ruim uma pessoa cega. E também vejo que estas pessoas devem estar sempre prestando muita atenção nas coisas”.

"Achei muito bacana e interessante. É uma sensação muito diferente".


Jô:




"Da sensação de medo e é muito gostoso, a gente fica em saber o que é”.


Paola:




“Reconheceu passando os dedos no que estava escrito: quatro, cinco, um. Reconheceu água, pisou em folhas”.

“Sensação de coisa estranha, chão áspero, planta croscrenta, pela estrutura parece ser verde, espessura parece ser forte”.




Pedro Paulo Mingote Martins:




“Paola sentiu a sensação de frio devido à água. Através do tato sentiu um carro no estacionamento. Subiu as escadas percebeu que elas eram altas. Reconheceu Brenda pelo cabelo. Sentiu a terra e nela folhas secas.
... Não reconheceu de imediato um papel de bala, disse ser uma folha. E quando ela pisou numa disse ser um papel. Falou que era girassol quando lhe mostrei uma flor, depois reconheceu que era uma margarida. Quando lhe mostrei uma árvore ela falou que era um poste. Falou que tinha cal no suposto poste. Na árvore havia uma letra “M” desenhada. Ela reconheceu. Sentiu que pisou na mangueira. Pela sensação de frio sentiu que estava dentro da gruta de Maguiné. Quando pisou na lama, disse ter pisado numa lesma".